Impacto mais significativo foi sentido no Nordeste; com a revisão do benefício, brasileiros devem mergulhar de novo no drama econômico
Uma pesquisa exclusiva da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a pirâmide social brasileira mudou significativamente devido ao auxílio emergencial do governo. O benefício de 600 reais por mês (ou de 1.200 reais, no caso de mães chefes de família) alcançou mais de 66 milhões de brasileiros até o dia 18 de agosto, que receberam, no total, 161 bilhões de reais.
Essa injeção de recursos impactou fortemente os estratos econômicos mais pobres, como mostra o estudo da FGV. A quantidade de famílias que sobrevive com meio salário mínimo per capita caiu 20,69% em relação ao período imediatamente anterior à pandemia, informa revista Exame.
Mais de 13 milhões de pessoas de pessoas ascenderam a classes sociais com renda per capita mais elevada. “Até nós mesmos ficamos surpresos com esse resultado”, diz o economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, que coordenou o estudo. “Trata-se de um contingente muito grande de brasileiros que saiu da pobreza temporariamente, por causa do auxílio emergencial”.
No Nordeste, a variação foi ainda mais acentuada, com quase 30% das famílias que ganham até meio salário mínimo per capita saindo dos níveis mais extremos de pobreza. No Norte, o índice chegou a mais de 25% e, no centro-oeste, a 17%. Em Pernambuco, 32,45% das famílias deixaram a pobreza, e no Tocantins, 36% alcançaram essa condição. Nem em momentos de grande crescimento econômico no país e ascensão social, como nos anos imediatamente posteriores ao lançamento do Plano Real, houve tamanho avanço, de acordo com a FGV.
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