A quem interessa, neste momento de grave crise na rede
pública de saúde, com milhares de vidas ceifadas pela Covid-19, o agravamento
da outra crise, a política, envolvendo o conflito e a medição de forças entre
poderes? Só aos que querem o pior para o País, aos que não têm alma nem
sentimento. Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, a operação de ontem
da Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, só fez agravar
ainda mais a relação Executivo x Judiciário.
Há, no entanto, quem esteja pensando diferente, de olho
no País e não de forma enviesada. Pena que o STF tenha se manifestado, usando a
força da PF, no dia seguinte ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
assumidamente no campo de oposição, mas sem dar um passo além das suas
prerrogativas de chefe de um poder. “O povo brasileiro espera que cada um de
nós, detentores de mandatos públicos, tenhamos consciência do papel a
desempenhar na busca de soluções para enfrentar o vírus. Vencida essa etapa, ficará
um legado de imensos desafios a enfrentar, e o primeiro deles é a reconstrução
da nossa economia”, pregou.
“Nesta hora grave, acrescentou, a Nação exige que
tenhamos prudência e que estejamos à altura dos combates que já foram e que
ainda serão travados. Prudência não pode ser confundida com medo ou com
hesitação. A coragem, muitas vezes, está em saber construir a paz”. No
discurso, o presidente da Câmara lembrou que o mundo vive a mais grave crise
sanitária e humanitária desde a Segunda Guerra Mundial e se solidarizou, em
nome do Parlamento, com todas as famílias que perderam seus entes queridos ou
têm parentes internados em razão da Covid-19.
Ele também elogiou a atuação dos profissionais de saúde e
ressaltou que o isolamento social não é o responsável pela crise econômica. “A
quarentena e o isolamento social não são culpados, quem derrubou nossa economia
foi o vírus. O distanciamento momentâneo das pessoas salva vidas”, destacou,
para acrescentar: “Nesta Casa, a casa da democracia, todos temos uma pessoa
próxima que já foi vítima da terrível doença, ou perdemos pessoas queridas, e
recebemos diariamente apelos de quem está sem trabalho, sem recursos, sem
alimentos, sem meios de sobrevivência e sem condições de manter suas empresas.
Vivemos uma guerra”, acrescentou.
Rodrigo Maia falou o que o povo queria ouvir, foi de
encontro ao sentimento consensual da sociedade brasileira. O caminho para
salvar e escapar da morte draconiana do vírus do fim do mundo e do terror é por
aí.
Por Magno Martins
Por Magno Martins
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