segunda-feira, 27 de abril de 2020

Como e quando voltaremos a uma vida normal?


Ninguém está de fora. A humanidade inteira está nua diante dele. Apesar de já ter lido nas mídias sociais, sinceramente, não acredito que alguém de sã consciência consiga afirmar que tudo está bem, que a pandemia nada mudou na sua vida e que continua trabalhando e vivendo normalmente como antes.

Em maior ou menor intensidade, todos nós estamos com a taxa de angústia, de nervosismo, de incerteza, bem acima do normal. Muitos pais e avós estão trancados em suas casas, impossibilitados de receber o abraço de seus familiares, de receber visitas ou de visitar seus filhos, netos, vizinhos ou pessoas dos seus ciclos afetivos.

Há aquelas pessoas que perderam o emprego e não sabem se voltarão a recuperá-lo; há aquelas que viram seus negócios sendo fragilizados ou eliminados bruscamente; aquelas que planejavam colocar seus projetos em prática neste ano de 2020 e, de repente, tudo foi diluído ou adiado. Mais grave ainda, aquelas pessoas que perderam entes queridos ou que, pessoalmente, sofreram/sofrem com os sintomas da Covid-19.

Por que isso é tão angustiante e doloroso? Porque até agora, apesar do trabalho heróico dos cientistas, ninguém tem a resposta para o questionamento que todos nós fazemos, aquele de saber quando voltaremos a ter uma vida normal. É angustiante porque não se sabe até o momento quando teremos uma vacina definitiva e, muito menos, não se sabe ao certo qual o tamanho do estrago que o vírus deixa no pulmão, nos rins, no coração, além de não sabermos se terão reincidências as pessoas que já foram infectadas pela Covid-19.

Em um artigo publicado no “New York Times”, o jornalista Charlie Warzel listou alguns questionamentos sem respostas até o momento. Vejamos alguns deles e outros que acrescento, responsáveis pela aceleração da nossa angústia e nervosismo:
  • Não sabermos quantas pessoas estão infectadas pela Covid-19;
  • Não conhecermos a quantidade de sintomas que a pessoa infectada sente;
  • Não sabermos exatamente quão mortal é a doença;
  • Não termos respostas mais detalhadas sobre como o vírus se espalha. "Quantas partículas de vírus são necessárias para iniciar uma infecção”?;
  • Não sabermos com exatidão como esse vírus surgiu pela primeira vez;
  • Não sabermos qual a porcentagem de adultos e de crianças são assintomáticas;
  • Não sabermos a força e a duração da imunidade;
  • Não sabermos quando o governo poderá testar todos os que têm sintomas;
  • Não sabermos como faremos em espaços aglomerados (igrejas, escolas, academias, etc.), no dia em que retomaremos os nossos trabalhos;
  • Não sabermos se as pessoas terão medo de se reunir em locais aglomerados;
  • Não sabermos como serão as eleições municipais em tempo de pandemia;
  • Não sabermos quais serão as sequelas psicológicas, culturais e sociais do distanciamento social;
  • Não sabermos como e quando a economia se recuperará;
  • Não sabermos quando, definitivamente, voltaremos à escola e como serão os novos métodos de ensino/aprendizagem;
  • Enfim, não sabermos quando poderemos voltar a um "novo normal".

Tudo isso e muito mais alteram o nosso estado de “vida normal” em todas as suas dimensões. Logo, ter consciência da gravidade do momento presente é o primeiro passo para seguirmos rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias, e assim colaborarmos com mais autonomia e responsabilidade na construção das melhores estratégias para a derrocada desta pandemia.

Por Talvacy Chaves. Clique AQUI e acompanhe o blog do Padre.

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