O presidente Bolsonaro fez campanha e se elegeu em nome
da chamada nova política. Estufava o peito para proclamar aos quatro cantos da
face da terra brasileira que daria fim aos velhos conchavos, ao modo repugnante
e inaceitável da sociedade ao toma lá-dá-cá.
Longe de se traduzir em realidade. O exemplo mais
gritante e eloquente foi dado ontem por ele. Usou a caneta azul para extirpar
da Sudene um homem de bem, empresário bem sucedido e que estava ressuscitando a
Sudene, o ex-suplente de senador Douglas Cintra.
Dança de cadeiras é rotina normal no poder, desde que
alicerçada com justiça, em nome do avanço e da mudança para melhor. Léguas de
distância do ato da troca na Sudene. Ninguém entre o Congresso e o Planalto
consegue explicar a razão da degola de Cintra, que em menos de dois meses deu
ares dinâmicos à velha autarquia. Como na música, deu régua e compasso.
Não há, sobretudo, explicação técnica. A única
compreensão do ato insano do presidente é seu reencontro com a velha política.
O novo superintendente atende a um capricho político e eleitoreiro condenável
sob todos os aspectos.
Evaldo Cavalcanti, jovem advogado paraibano, é genro do
ex-senador Cássio Cunha Lima, que se projetou na liderança do PSDB no Senado
empunhando a bandeira do impeachment de Dilma. Cássio já foi superintendente da
Sudene e governador da Paraíba, além de prefeito da sua Campina Grande.
Tem, portanto, credenciais para indicar um auxiliar ao
Governo. Mas ao optar por um parente bem próximo, o homem que roubou o coração
da sua filha, carimbou Bolsonaro como presidente da velha política.
E Bolsonaro caiu na dele.
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