quarta-feira, 4 de março de 2020

Nova política da boca para fora

O presidente Bolsonaro fez campanha e se elegeu em nome da chamada nova política. Estufava o peito para proclamar aos quatro cantos da face da terra brasileira que daria fim aos velhos conchavos, ao modo repugnante e inaceitável da  sociedade ao toma lá-dá-cá.

Longe de se traduzir em realidade. O exemplo mais gritante e eloquente foi dado ontem por ele. Usou a caneta azul para extirpar da Sudene um homem de bem, empresário bem sucedido e que estava ressuscitando a Sudene, o ex-suplente de senador Douglas Cintra.

Dança de cadeiras é rotina normal no poder, desde que alicerçada com justiça, em nome do avanço e da mudança para melhor. Léguas de distância do ato da troca na Sudene. Ninguém entre o Congresso e o Planalto consegue explicar a razão da degola de Cintra, que em menos de dois meses deu ares dinâmicos à velha autarquia. Como na música, deu régua e compasso.

Não há, sobretudo, explicação técnica. A única compreensão do ato insano do presidente é seu reencontro com a velha política. O novo superintendente atende a um capricho político e eleitoreiro condenável sob todos os aspectos.

Evaldo Cavalcanti, jovem advogado paraibano, é genro do ex-senador Cássio Cunha Lima, que se projetou na liderança do PSDB no Senado empunhando a bandeira do impeachment de Dilma. Cássio já foi superintendente da Sudene e governador da Paraíba, além de prefeito da sua Campina Grande.

Tem, portanto, credenciais para indicar um auxiliar ao Governo. Mas ao optar por um parente bem próximo, o homem que roubou o coração da sua filha, carimbou Bolsonaro como presidente da velha política.

E Bolsonaro caiu na dele.

Por Magno Martins



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