Posso desejar melhor distribuição de renda sem ser de
esquerda.
Posso exigir mais segurança sem ser de direita.
Posso ser contra dar armas para a população sem ser de
esquerda.
Posso querer uma economia aquecida sem ser de direita.
Posso desejar preservar os recursos naturais sem ser de
esquerda.
Posso querer o fim da corrupção sem ser de direita.
Posso ver os benefícios dos governos petistas sem ser
ladrão.
Posso ver como a Lava Jato mudou o país sem achar que por
trás exista uma agenda de direita.
Se você engoliu a bobagem de que tudo que é esquerda é
petista, é corrupto, é ladrão, você é burro.
Se você engoliu a bobagem de que tudo que é direita é
elitista e deseja o mal para o povo, você é burro.
Se você acha que os valores da família, a moral ou os
valores religiosos devem ser impostos pelo governo, você é burro.
Depois que Lula deu a mão para Paulo Maluf, Temer e
Sarney, o mundo mudou.
Depois que Bolsonaro, que nunca foi liberal, escolheu Paulo Guedes para ministro, o mundo mudou.
Depois que Bolsonaro, que nunca foi liberal, escolheu Paulo Guedes para ministro, o mundo mudou.
Depois que Moro, que garantiu que nunca seria político,
abandonou a magistratura, o mundo mudou.
E você fica aí, plantado como uma árvore na esquerda ou
na direita, servindo como massa de manobra. Defendendo ideais que nem os políticos que os verbalizam
acreditam mais.
Em algum momento a gente vai ter que acordar e perceber
que estamos sendo manipulados por gente que aposta num país em crise, porque a
crise coloca o cidadão numa posição onde os políticos têm mais poder.
Quando estamos em crise, apostamos todas as fichas em
quem vive de fazer discurso.
Esquerda e direita. Compramos qualquer fala remotamente parecida com o que
sonhamos. E nos colocamos contrários à qualquer um que não pense
como a gente. É só ler os comentários dos posts que escrevo com algum
conteúdo político.
No meio de - ainda bem - uma maioria de comentários de
bom senso, que discordam argumentando ou que concordam somando, estão aqueles
que compram qualquer burrice, qualquer preconceito, qualquer ideia equivocada,
como verdade.
Aqueles que ofendem, que atacam quem escreve e não o que
foi escrito. Boa parte limítrofes que nunca se preocuparam com política,
mas são cheios de opiniões.
Gente que chama texto de textão. Imaginem quando descobrirem os livros!
Gente que não conhece a história por mais de um ângulo. São esses que realmente acreditam que a corrupção é uma
exclusividade do PT e esquecem do Temer, do Renan, do Eduardo Cunha ou mesmo o
Queiroz.
Ou os que realmente acreditam que quando faço um
comentário positivo em relação ao Moro, estou “passando pano”. Num post estou aliviando para o Bolsonaro para “ganhar
seguidores”. No outro “mudei muito e virei de esquerda”.
E se sugiro um caminho do meio, estou em cima do muro ou
sou isentão. Porque os radicais da burrice odeiam o meio termo.
O que não é extremo é mais difícil ser contestado por
ignorantes funcionais, porque no meio estão as sutilezas e as nuances que eles
não conheceram nas suas cartilhas binárias.
No fim e ao cabo, não importa o que está escrito. Importa
quem escreveu. Gente burra, que cobra dos outros os mesmos equívocos que
cometem.
E no país, são maioria. Esmagadora.
E isso sim é desesperança. Só existe uma saída. E vai levar uns bons vinte anos, assim que começarmos a
real revolução: se chama Educação.
Revolução da Educação.
Só quando a maioria dos eleitores tiver sido treinada a
pensar (não importa se a esquerda, centro ou direita) a gente vai ter políticos
de melhor qualidade.
Até lá, é o que temos.
Gente burra lá e cá.
Por Mentor Neto