Passados pouco
mais de 2 meses do assassinato do policial militar João Maria Figueiredo, e
ainda enlutados pela falta da presença do companheiro, o movimento ‘Policiais
Antifascismo do Rio Grande do Norte’ continua cobrando justiça. Nesta
quarta-feira, dia 6, o soldado completaria 37 anos se vivo estivesse.
“Durante esses
mais de dois meses, acompanhamos de perto as investigações e colaboramos no que
foi possível. Também ajudamos na coleta de provas e apontamos linhas de
investigação à equipe da Delegacia de Homicídios e de Proteção a Pessoa (DHPP),
e ainda entregamos alguns relatórios, fruto de trabalho conjunto de policiais
que compõem o movimento”, disse o policial civil Pedro Paulo, que compõe o
grupo.
“O fato é que, com
uma forte linha de investigação consolidada, até o momento não temos nenhum
mandado de prisão ou de busca e apreensão pedido ou expedido. Isso, além de nos
inquietar, traz à tona a mesma situação de inúmeros homicídios de operadores de
segurança pública que ainda carecem de esclarecimento”, acrescentou o agente.
Ainda de acordo
com o policial civil, “é amarga a sensação de provar da ineficiência do modelo
policial adotado no Brasil, que submete toda estrutura policial a uma engessada
burocracia sem fim, que também paralisa o próprio responsável pelo inquérito
policial. A falta de resolução tempestiva afasta a boa qualidade das provas e
aponta para a impunidade e para a barbárie”, afirma.
O delegado
Fernando Alves segue com a cobrança: “Já enfrentamos o desdém de colegas pelo
caso, que cruelmente tentaram matar a reputação de Figueiredo numa demonstração
de ódio do tamanho daqueles que desferiram três tiros no rosto do nosso companheiro.
Não se pode classificar ódios, ódio é ódio, não há diferença entre o opressor
da periferia e o opressor fardado, são sem camisas matando descamisados numa
guerra de ódio sem fim”.
Outro participante
do movimento, o bombeiro militar Dalchem Viana, disse que não haverá trégua.
“Não sossegaremos enquanto a morte de João Maria Figueiredo não for totalmente
esclarecida. Para tanto, nos colocamos à disposição para isso, não somente para
o caso em tela, mas de todos os policiais executados no RN. É chegada a hora de
tratar o problema com a gravidade e importância que ele exige do Estado, que de
maneira alguma pode esquecer a morte de um operador de segurança pública, sob
pena de também morrer com cada um que tomba por conta desse ódio sem fim, seja
lá de qual lugar ele venha”.
“João Maria
Figueiredo era um entusiasta, pois acreditava numa segurança pública que
defendesse antes de tudo a justiça, mas, sobretudo a justiça social”, concluiu
o bombeiro.
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