Além do temor de que Lula levasse as pessoas às ruas em
manifestações como as realizadas no Chile, outro fator ajudou a parar a reforma
administrativa formulada por Paulo Guedes, e que o ministro tenta, num sprint
final, ainda enviar ao Congresso neste ano: a reação de setores do próprio
governo a aspectos do texto. Rosângela Bittar narra esse bastidor na coluna
desta quarta-feira no Estadão.
“O grupo a favor de mais discussão interna considerou que
a reforma fragilizava o Estado em lugar de fortalecê-lo. Uma vez fragilizado, o
Estado ficaria vulnerável a grupos políticos e econômicos que se revezassem no
poder. O exemplo que se destaca nos equívocos dos autores é a definição das
carreiras de Estado, sempre elas”, escreve.
Ela aponta que a proposta abriria brecha à subjetividade
dos que ocuparem o poder a cada turno. “A burocracia gera corrupção, mas a
ausência de burocracia também gera corrupção, foi um dos argumentos que
convenceram o presidente. A nova proposta terá que harmonizar os princípios da
eficiência, da moralidade, da legalidade, e ser discutida por todos. O que não
dá para fazer nesses últimos 30 dias do ano. Portanto, a reforma do Estado já
ficou para 2020”, aposta.
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