Por Angelo Castelo Branco
A sociedade não
faz restrições às empresas de comunicação quando as suas notícias
coincidem efetiva e comprovadamente com a realidade concreta e insofismável.
Nenhum jornal,
rádio, TV ou rede social perderá conceito se estiver ao lado de “sua excelência
o fato”.
O risco da
credibilidade - que é o maior patrimônio de uma organização jornalística -
surge num horizonte nebuloso quando as suas linhas editoriais passam a dar mais
ênfase às narrativas ou versões e põem o fato em segundo plano.
Estamos vivendo
um tempo de confronto entre um presidente magoado sob a alegação de vir sendo
maltratado pela mídia desde a campanha eleitoral, e de outro lado uma rede de
TV e alguns jornais que amargam a drástica redução de faturamento por causa do
corte de propagandas e de patrocínios com o dinheiro do contribuinte
brasileiro.
A súbita implosão
nas relações comerciais entre o governo Bolsonaro e a mídia gera naturalmente
muito desconforto. Sem papas na língua e afeito ao conflito como se o
antagonismo explícito fosse o seu habitat natural, Bolsonaro reage ao que lhe
parece inadequado e realimenta uma polêmica diária e exaustiva.
Ao presidente
cabe governar e tratar prioritariamente dos temas que digam respeito aos
avanços da economia, aos projetos estruturadores e às reformas modernizadores
da nação. Itens estes que estão indo de vento em pôpa graças à boa performance
da maioria dos ministros. Até agora o Brasil avança sem notícias de escândalos
financeiros na máquina pública nem denúncias de roubos ou desfalques nos cofres
públicos.
Cabe às bases
congressuais do governo a tarefa de atuar na linha de frente para
contestar versões desfocadas e exibir fatos, tirando do presidente o
protagonismo desconfortável do confronto com as narrativas polêmicas. Um chefe
de nação não pode ser rude. Há que transmitir e multiplicar uma aura de
segurança e serenidade.
Aos donos de
jornais e de TV cabe a decisão de enfrentar os novos desafios em suas relações
com o poder e o mercado, abraçando a opção editorial que melhor lhes pareça
adequada à manutenção da credibilidade de seus veículos.
Cabe ao eleitor a
percepção real do que está acontecendo ao seu redor. Se a economia melhora, não
há narrativa de oposição que possa negar o fato concreto. O mesmo sentimento se
repete se a estrada melhorar, se o emprego ressurgir, se as empresas
produzirem, se o comércio vender, se a escola ensinar, se houver paz, se a
gente puder passear nas ruas sem ser assaltada, se houver transportes
eficientes, se a pobreza for atenuada.
E diante das
urnas o povo fará o julgamento periódico e democrático sobre o que pensa e o
que deseja. Simples assim.
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