O sujeito tem que
ter mingau no cérebro para alegar que a Europa desmatou suas florestas por isso
não pode falar do Brasil.
É constrangedor
explicar, mas vamos lá, já que a audiência desta rede social tem de tudo: a
Europa e os EUA realmente desmataram suas florestas. Mas faz séculos que isso
aconteceu. Num tempo onde ninguém falava em aquecimento global.
A questão das
queimadas tomou uma enorme proporção não porque podem ter sido criminosas, nem
porque os estados do norte passam por longa
estiagem.
O que impulsiona a
questão para as primeiras páginas em todo mundo é o posicionamento de Bolsonaro
em relação ao meio ambiente. E ele finge ignorar sua responsabilidade nessa
questão (como no discurso de sexta-feira passada).
Bolsonaro parece
viver no mesmo século em que a Europa desmatou seu território. Ou melhor, finge viver no Século XIX
para poder colocar em prática sua agenda. Nosso presidente nunca viu a floresta
e o meio ambiente como um ativo.
Para ele - e nunca
escondeu isso, desde a época da campanha - a floresta é apenas solo disponível
para ser explorado pela agricultura e/ou pela mineração, dois dos setores que
mais contribuíram para sua campanha.
Bolsonaro
desconhece as riquezas que podem vir da conservação.
Assim, quando
Bolsonaro afirma que não acredita no aquecimento global, que “os ongueiros” são
vagabundos ou quando tenta alterar a demarcação de terras indígenas, está se
valendo de uma narrativa que sugere um ultra-nacionalismo do século passado,
adequado para um militar que venera o golpe.
Mas desconfio que
tudo não passe de cortina de fumaça para retribuir aos setores que o apoiam. Por
isso ele não quer ajuda externa. Por isso Macron é um “moleque”. Por isso
discursa sobre a Amazônia ser nossa. Porque se é nossa, usamos como bem
entender, por exemplo, procurando nióbio.
No discurso de
sexta-feira, Bolsonaro conseguiu escapar pela tangente e falar apenas sobre as
queimadas e não sobre sua responsabilidade de ter afrouxado os controles de
desmatamento com seu discurso de exploração do solo e desprezo pelo meio
ambiente.
Na reunião de
ontem com os governadores da região atingida pelas queimadas o assunto
principal foi as terras indígenas.
E enquanto o
presidente insiste nesse discurso para deixar feliz agricultores e mineradoras,
há quem compre sua narrativa nacionalista posando de patriota.
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