Amanhã, dia dez de janeiro, as mais de cinco mil
prefeituras brasileiras receberão o primeiro repasse de 2019 do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), no valor de R$ 3,1 bilhões. Se somada ao
Fundeb, verba carimbada para a Educação, que também cairá nas contas dos
municípios, essa cifra sobe para R$ 3,9 bilhões, segundo informou a
Confederação Nacional dos Municípios (CNM), ontem. Pois essa dinheirama toda,
apesar de sustentar a imensa maioria das prefeituras, pouco ajudará os
prefeitos a fazerem algo além do mínimo necessário, tirando, por exemplo,
alguma promessa de campanha do papel.
As prefeituras brasileiras – e Pernambuco não é exceção à
regra – têm receitas insuficientes, algumas chegam até a ser motivo de piada,
para um volume avassalador de despesas, que só cresce diante de uma crise sem
fim; 13 milhões de desempregados precisando do Estado; e da ineficiência da
imensa maioria dos gestores. E o que fazer para mudar esse cenário? Só o
estabelecimento de um novo Pacto Federativo, onde estados e municípios fiquem
com uma parcela maior de tudo que se arrecada, não é o suficiente.
É claro que uma divisão 70% a 30%, onde a União abocanha
a maior parte, é inglória; coisa de país que não é sério. O Municipalismo é uma
bandeira que qualquer político que tenha real compromisso com seu povo deve
empunhar – um novo presidente é, também, uma nova oportunidade de se corrigir
as distorções históricas. Apesar de que ninguém quer abrir mão do seu. Não vi
até hoje um presidente sequer realmente comprometido com a causa; só discurso!
Mas o problema vai além do estrutural. É de recursos
humanos também. A grande maioria dos prefeitos brasileiros, e até alguns
governadores, são péssimos gestores. Esse quantitativo aumenta quando contamos
os secretários e demais cargos de chefia. Quem vive na política tem sempre uma
história para contar de algum prefeito que se desiludiu logo ao assumir o
mandato. Nem todo bom político é bom gestor. Quando se junta tudo isso no
balaio – crise, falta de capacidade e poucos recursos – é que pintamos o
cenário desse Brasil onde estamos vivendo. E as perspectivas, infelizmente, não
são as melhores.
Nota do blog: Os políticos não são
diferentes dos outros profissionais de qualquer área. São gestores, que
precisam estudar muito, se capacitar a todo momento, conhecer de administração
pública e ter a sensibilidade para entender que governar é elencar prioridades.
Essa é a fórmula, dizem os entendidos. De fora parece fácil, mas está longe de
ser. O caminho é árduo, longo, e, na maioria das vezes, ingrato. E muitos
preferem colocar a culpa nas circunstâncias.
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