A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos (Semarh), através da sua Coordenadoria de Meio Ambiente e Saneamento
(Comeas), produziu um diagnóstico preliminar sobre as nascentes do Rio Apodi.
Para isso, foi realizado um trabalho de campo,
identificando os principais problemas, cadastrando proprietários rurais e
conversando com os gestores de municípios onde existem nascentes perenes, entre
eles, Coronel João Pessoa, Dr. Severiano, Martins, Portalegre, Luís Gomes,
Tenente Ananias e São Miguel.
O Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos, Mairton França, explica que esse monitoramento foi uma das primeiras
ações executadas no âmbito do “Plantadores de Água”, projeto que a Semarh está
desenvolvendo para auxiliar no processo de recuperação ambiental das nascentes
dos rios potiguares, bem como conscientizar a população do entorno acerca dos
cuidados e os usos devidos das áreas que circundam o local de preservação.
“Identificamos 59 nascentes perenes e percebemos que a
maioria delas se encontra com algum grau de antropização, ou seja, níveis
variados de degradação causada por interferência humana”, pontua Mairton
acrescentando: “as nascentes têm um papel vital na saúde e alimentação do fluxo
dos rios”.
A Coordenadora da Comeas, Clara Câmara, relata também que
existem nascentes que estão sendo utilizadas para práticas agropecuárias. “Em
algumas situações, a população fez um barramento no lugar onde flui a água ou
instalou bombas de captação”, mostra.
Na última quinta-feira (30), o documento foi apresentado,
durante reunião na Semarh, a um corpo técnico do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), Instituto de Gestão de Águas do RN
(Igarn), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Comitê da Bacia
Hidrografica do Apodi Mossoró, Ministério Público do RN e Prefeituras. A Semarh
está trabalhando na elaboração de um termo de cooperação, entre as
instituições, que prevê a divisão de atribuições dentro do projeto.
O Professor de hidrologia da Ufersa, Luis César Aquino,
destacou a importância de se revitalizar esses pontos de produção de água e
disse que a universidade vai ser parceira nesse projeto que segundo ele “É
fundamental para os rios e população dessa bacia hidrográfica”.
“Queremos mostrar essa realidade aos alunos e criar neles
um sentimento e uma visão de conservação. As universidades pesquisam e ensinam,
mas precisam atuar mais na extensão, se inserido no dia a dia da sociedade,
mostrando a importância da preservação, não porque a lei manda, mas porque se
não preservar, os recursos acabam”, frisou Luis.
A próxima etapa do “Plantadores de Água” será a
realização de oficinas para apresentar o documento e montar um plano de
trabalho, em conjunto com a sociedade das bacias. “Nesses eventos vamos
discutir quais iniciativas ambientais deverão ser executadas e quem pode
auxiliar nas ações. Também vamos escolher um grupo para ser capacitado e
funcionar como multiplicadores” diz Clara.
O Secretário Mairton França destaca que a realização
desse projeto vem ao encontro do trabalho de construção de bases, que o
Ministério do Meio Ambiente está desenvolvendo para elaborar a Política
Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas. “Nosso projeto pode ser uma
referência, a nível federal, inclusive ele foi citado em palestra sobre a
construção do Plano, durante o Encontro Nacional de Comitês, no mês passado”.
A próxima bacia hidrográfica a ser trabalhada pelo
“Plantadores de Água” é a do rio Potengi. Sua principal nascente é localizada
no município de Cerro Corá, no Seridó.
Acompanhe o Blog ApoDiário pelo Twitter clicando AQUI e no Instagram clicando AQUI.