Quem pensar em
administrar a máquina pública apenas com jargões ou ações pirotécnicas
exacerbadas não logrará sucesso. O tempo em que as contas públicas aceitavam
desaforos se foi e os gestores precisam entender essa nova quadra econômica e,
sobretudo, administrativa.
Há alguns anos era
muito cômodo assumir qualquer administração pública. Muito dinheiro nas contas,
pouca fiscalização dos órgãos reguladores e o povo menos esclarecido. Hoje é
totalmente diferente e o gestor precisa ter a consciência que ele não mais
administra para ele como era no passado.
Olhando para a
gestão municipal de Apodi fica muito claro que o atual gestor – Alan Silveira (PMDB)
– trabalha com o modelo da gestão de sua mãe, a ex-prefeita Goreti. A forma de
administrar não foi alterada, haja vista, que as práticas administrativas
continuam as mesmas do passado.
Para comprovar
isso, basta ver que desde que o prefeito assumiu a gestão não fez nenhuma
mudança estrutural relevante.
Na realidade uma
mudança foi feita, ou seja, recriou a Secretaria da Mulher e ampliou os cargos
em comissão para atender essa nova estrutura. Destaco que considero positiva a
retomada da secretaria, mas não concordo com o quantitativo de cargos criados
em sua gestão.
O discurso da
crise continua sendo a desculpa mais plausível para uma gestão que precisa
urgente de ajustes (se bem que não tivemos crise, visto que aumentou consideravelmente
a arrecadação dos royalties no ano passado). Atualmente, o município não tem capacidade de
investimento e, dessa forma, obras estruturantes que foram o carro-chefe das
gestões anteriores, incluída aí as inúmeras UBSs, praças, não tem como serem
materializadas.
Só resta um
caminho: cortar na própria carne ou caminhar para um descontrole sem volta das
contas públicas, como vem acontecendo no Estado do Rio Grande do Norte e em
muitos municípios pelo Brasil. Essas mudanças trarão ônus à gestão sem nenhuma
dúvida. Será que o prefeito está disposto a fazer isso agora num ano eleitoral?
É preciso que a
gestão tenha coragem de fazer grandes mudanças, principalmente, nas áreas de
saúde, educação e desenvolvimento social, as quais tem maior demanda
financeira, assim como as que têm maior receita vindo das transferências
constitucionais. Tem que começar as mudanças pelo atacado e não no varejo.
Durante o pleito
eleitoral de 2016 o discurso era que tínhamos uma terra arrasada e que
precisava ser reconstruída. Houve promessa de “reforma administrativa”, revisão
de contratos celebrados, enxugamento de despesas e eficiência.
De lá para cá já
são quatorze meses de gestão e a terra arrasada continua do mesmo jeito. Apenas as
vozes que ecoavam esse discurso se calaram.
Boa parte da
militância política e ativistas sociais que estava na Internet condenando
problemas da gestão anterior, simplesmente desapareceu ou agora defende o
indefensável. Saltou para o outro lado, mas o problema não pode ser escondido
indefinidamente debaixo do tapete virtual.
Nos dias de hoje a
administração pública é para poucos. Na bonança qualquer um se torna um grande
gestor, porém é nos tempos de vacas magras que se conhece um verdadeiro administrador.
A leitura que faço
é que essa gestão a frente da prefeitura caminha, a passos largos, para se
tornar um grande problema na vida pública do prefeito Alan Silveira. Ainda tem
tempo de reverter, mas para isso é preciso que ele tenha coragem de romper com
o modelo arcaico de gerir a coisa pública.
Apodi tem
potencial econômico, hídrico e pelo seu posicionamento geográfico precisa ser
gerida de forma profissional, tendo foco no desenvolvimento sustentável e com
vistas à criação de um novo ciclo econômico para garantir a retomada da
economia.
Mas pra isso tem
que tomar medidas duras e austeras precisam ser implantadas para que o
município não se torne insolvente.
Se você leu até
aqui - não encare como uma ofensa ao prefeito e a sua equipe, até mesmo porque -
assim como eles, também quero o melhor para meu Apodi.
Penso assim!