O
povo Cigano não dispensa uma festa, e imagina se o natal passaria
desapercebido. É uma festa de uma semana, sem muitos limites de
comidas, bebidas e muita dança. É uma das festas mais importantes que o povo Cigano
dá mais valor, alguns passam dias sem dormir só em função das celebrações. A
festa também serve para confraternização com os que durante o ano tiveram
alguma quezila mal resolvida, e todos acertarem seus pontos de inimizade e
desafetos. É momento de paz.
O Natal para o
povo cigano vai muito além da reunião no acampamento com comidas fartas, Babás,
Barôs, Crianças e todos reunidos em volta da mesa. Mais do que a
confraternização em si, o Natal é a data onde se comemora o nascimento do maior
de todos os ciganos: o Sr. Jesus Cristo.
Estes são os patriarcas mais velhos do núcleo Cigano
residentes em Apodi – Rio Grande do Norte, Erasmo Carlos de Arruda e o senhor
Francisco Fonseca Ferreira este último com 87 anos, que segundo ele a festa
cigana homenageando o nascimento do nosso Menino Jesus é realizada há muitos séculos,
e que a primeira vez realizada na cidade do Apodi foi em 1954 quando o grupo de
cigano do qual a família pertencia, chegava a solo apodiense.
Daí para cá todos os anos se repete, inclusive com a
participação de ciganos de várias partes do Brasil, este ano estão presentes ciganos das cidades Natal, Fortaleza, São Luís/MA, Picos/PI, Horizonte/CE, e as
cidades do Rio grande do Norte, Macaíba, Parnamirim, Tangará, Umarizal, Santo
Antônio do Salto da Onça, Assu e Macau totalizando a presença de 200 irmãos da
vida cigana do Brasil.
Nesta especial e
importante celebração, não podem faltar as comidas que remetem a prosperidade e
a cultura cigana como o tradicional tchaio, a sangria, muitas frutas, sucos,
frutas cristalizadas, puchero, o pão da felicidade e o tradicional cordeiro à
mesa.
Outra tradição é
montar uma cesta de frutas muito colorida e presentear um andarilho ou
transeunte que esteja passando necessidade. Isto se estende as sobras da ceia.
Os ciganos nunca desperdiçam os alimentos e para eles, compartilhando é que
somamos.
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