domingo, 2 de dezembro de 2018

44% dos incentivos fiscais não têm controle do TCU, diz senador

O Brasil gasta bilhões com incentivos fiscais sem que os órgãos de controle saibam se isso realmente é importante para a geração de emprego e renda.

Este foi o tema da conferência de encerramento do VI Encontro Nacional dos Tribunais de Contas, na manhã desta sexta-feira (30), em Florianópolis, feita pelo deputado federal e senador eleito Esperidião Amin (DEM).

Ele enfocou a questão das renúncias receitas e concessão de benefícios fiscais por parte de gestores públicos dos três níveis de governo dizendo que não estava ali para condenar o benefício, mas para fazer uma avaliação desta política governamental.

“Quando falamos em renúncia fiscal, devemos perguntar o seguinte: ela melhorou a competitividade? Gerou emprego? Trouxe benefícios ao consumidor?”.

Amin apresentou dados do Tribunal de Contas da União segundo os quais, somente no ano de 2018, 44% dos benefícios fiscais não tiveram controle.

“Isso equivale a algo em torno de R$ 284,8 bilhões”, disse o senador, frisando que se forem consideradas as isenções dadas por estados e municípios essa cifra chegará a R$ 550 bilhões. Ele citou ainda que os subsídios dados pela União atingem 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O deputado comentou sobre o Projeto de Lei Complementar n. 487/2017, de sua autoria, que está tramitando no Congresso Nacional. A proposta altera dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal e estabelece a avaliação periódica dos impactos econômico-sociais para a concessão e alteração de incentivo ou benefício de natureza tributária, financeira, creditícia ou patrimonial do qual decorra renúncia de receita ou aumento de despesa.

Amin não contesta o direito de o gestor público promover políticas públicas de incentivo, mas afirmou que é preciso avaliar, com números, se elas podem ser conduzidas.

“Da mesma forma como Rui Barbosa afirmava que justiça tardia é injustiça, podemos dizer que controle extemporâneo é um estímulo à corrupção”, concluiu.

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