Gregório Duviver – Folha de S.Paulo
As cabeças mais
brilhantes do país estão por trás dessa intervenção federal no Rio. Carioca:
não tem por que se preocupar.
Quando governou o
Rio, Moreira Franco disse que ia acabar com a violência em seis meses. A
violência não acabou, mas é preciso ser justo: ele acabou com todo o resto do
estado em seis meses. Moreira nunca mais ganhou uma eleição majoritária
—tampouco se deixou abalar pelas derrotas.
Participou, mesmo
perdendo nas urnas, de todos os governos subsequentes, e nunca fez corpo mole:
foi responsável direto pelo fracasso de todos eles. Exemplo de persistência,
nunca deixou o fracasso subir à cabeça.
“O nome dele é
Moreira”, dizia sua campanha, e até nisso mentia, já que seu nome é Wellington,
e não há registro de que em algum momento da vida tenha sido Franco. Casado com
a filha de Amaral Peixoto, que por sua vez era conhecido como “genro do
Getúlio”, Moreira surgiu na política como “o genro do genro”.
Sua enteada veio
a se casar com Rodrigo Maia, que então se tornou o genro do genro do genro,
guardião da casa dos genros —até que sua filha se case com alguém em cujas mãos
cairá a identidade de genro. O Brasil, a saber, é uma genrocracia.
Você já deve ter
ouvido falar em Elsinho Mouco. Não, não se trata de um primo menos famoso do
Elias Maluco. Elsinho tem nome de traficante mas é o grande marqueteiro do MDB,
o gênio por trás daquele logo da gestão Temer, a enorme bola de demolição
caindo sobre o país (“mas quem aprovou foi o Michelzinho”, disse, na época).
Mouco
notabilizou-se por perder eleições mundo afora —tentou eleger Quércia, Maluf,
Chalita, Roseana Sarney e até um general no Paraguai, todos sem sucesso.
Descobriu que a única maneira de conseguir emprego seria se aliando a políticos
que já tivessem sido eleitos. Ninguém quis. Acabou se aliando àqueles que nunca
seriam eleitos individualmente, mas ainda assim governavam o país.
Por fim, Michel
Temer, o presidente mais impopular do planeta, que não aparece há anos em público
por medo de vaia, e nem à luz do sol por medo da luz do sol mesmo, tem pensado
na reeleição —a hipótese, no entanto, é improvável, porque pra isso ele
precisaria já ter sido eleito anteriormente.
Ou seja, como diz
o mantra da auto-ajuda: já deu certo.
Um comentário:
Só sendo um doenet petista pra dizer que temer nao foi eleito foi eleito por eleitores petisats esqueceukkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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