Efeito colateral
da liberdade que as redes sociais propiciam. Fake news criam equívocos reais. Fazem
gente inteligente chegar a conclusões equivocadas. Pior.
Moldam conclusões
ideológicas, às vezes, complexas. Fake news elegem
presidentes.
O sujeito acredita
numa mentira e segue tirando conclusões a partir dali.
O assassinato da
vereadora carioca Marielle Franco gerou uma infinidade de fake news.
Querem convencer
que Marielle era próxima do tráfico por isso quem a matou estava do lado da
polícia. Ou querem convencer que a morte de Marielle prova
que a intervenção não está funcionando por isso quem a matou estava do lado dos
traficantes.
Ou seja, via fake
news é possível provar qualquer teoria. Inclusive essas duas, diametralmente
opostas. E voltamos à ridícula
polarização.
Como se não fosse
possível alguém ser a favor da intervenção apesar de criticá-la.
A partir de fake
news concluem que ao denunciar a banda podre da Polícia carioca, Marielle
automaticamente era contra a Polícia como um todo. Por quê? Porque era “próxima
do tráfico”. “Prova disso” é que ela teve um filho aos 16 anos com o traficante
Márcio VP. “Prova disso” é que foi eleita com apoio do Comando Vermelho.
Mentiras.
Do outro lado do
espectro polarizado estão os que acham que a intervenção “só traz mais
violência”. Que não funciona. “Prova disso” é que mataram Marielle porque era
contra a intervenção.
Fake news para
justificar equívocos ideológicos da direita e da esquerda.
Sigo acreditando
no caminho do meio. Marielle foi assassinada porque, ao pertencer à uma
comissão da Câmara carioca que monitora a intervenção federal, delatava a banda
podre da PM do Rio. Isso não quer dizer - ao menos não diretamente - que era
contra a intervenção.
Marielle não
morreu porque era ou não de esquerda. Não morreu porque era ou não contra a
intervenção.
Uma vereadora
morreu porque o Estado não lhe proveu segurança para fazer seu trabalho. Quer a
gente concorde com esse trabalho, quer não.
Por Mentor Neto
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