terça-feira, 20 de março de 2018

Fake news é um mal moderno

Efeito colateral da liberdade que as redes sociais propiciam. Fake news criam equívocos reais. Fazem gente inteligente chegar a conclusões equivocadas. Pior.

Moldam conclusões ideológicas, às vezes, complexas. Fake news elegem presidentes.

O sujeito acredita numa mentira e segue tirando conclusões a partir dali.

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco gerou uma infinidade de fake news.

Querem convencer que Marielle era próxima do tráfico por isso quem a matou estava do lado da polícia. Ou querem convencer que a morte de Marielle prova que a intervenção não está funcionando por isso quem a matou estava do lado dos traficantes.

Ou seja, via fake news é possível provar qualquer teoria. Inclusive essas duas, diametralmente opostas. E voltamos à ridícula polarização.

Como se não fosse possível alguém ser a favor da intervenção apesar de criticá-la.

A partir de fake news concluem que ao denunciar a banda podre da Polícia carioca, Marielle automaticamente era contra a Polícia como um todo. Por quê? Porque era “próxima do tráfico”. “Prova disso” é que ela teve um filho aos 16 anos com o traficante Márcio VP. “Prova disso” é que foi eleita com apoio do Comando Vermelho.

Mentiras.

Do outro lado do espectro polarizado estão os que acham que a intervenção “só traz mais violência”. Que não funciona. “Prova disso” é que mataram Marielle porque era contra a intervenção.

Fake news para justificar equívocos ideológicos da direita e da esquerda.

Sigo acreditando no caminho do meio. Marielle foi assassinada porque, ao pertencer à uma comissão da Câmara carioca que monitora a intervenção federal, delatava a banda podre da PM do Rio. Isso não quer dizer - ao menos não diretamente - que era contra a intervenção.

Marielle não morreu porque era ou não de esquerda. Não morreu porque era ou não contra a intervenção.

Uma vereadora morreu porque o Estado não lhe proveu segurança para fazer seu trabalho. Quer a gente concorde com esse trabalho, quer não.


Por Mentor Neto

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