sábado, 10 de fevereiro de 2018

O futuro incerto de uma gestão com foco no passado

Quem pensar em administrar a máquina pública apenas com jargões ou ações pirotécnicas exacerbadas não logrará sucesso. O tempo em que as contas públicas aceitavam desaforos se foi e os gestores precisam entender essa nova quadra econômica e, sobretudo, administrativa.

Há alguns anos era muito cômodo assumir qualquer administração pública. Muito dinheiro nas contas, pouca fiscalização dos órgãos reguladores e o povo menos esclarecido. Hoje é totalmente diferente e o gestor precisa ter a consciência que ele não mais administra para ele como era no passado.

Olhando para a gestão municipal de Apodi fica muito claro que o atual gestor – Alan Silveira (PMDB) – trabalha com o modelo da gestão de sua mãe, a ex-prefeita Goreti. A forma de administrar não foi alterada, haja vista, que as práticas administrativas continuam as mesmas do passado.

Para comprovar isso, basta ver que desde que o prefeito assumiu a gestão não fez nenhuma mudança estrutural relevante.

Na realidade uma mudança foi feita, ou seja, recriou a Secretaria da Mulher e ampliou os cargos em comissão para atender essa nova estrutura. Destaco que considero positiva a retomada da secretaria, mas não concordo com o quantitativo de cargos criados em sua gestão.

O discurso da crise continua sendo a desculpa mais plausível para uma gestão que precisa urgente de ajustes (se bem que não tivemos crise, visto que aumentou consideravelmente a arrecadação dos royalties no ano passado). Atualmente, o município não tem capacidade de investimento e, dessa forma, obras estruturantes que foram o carro-chefe das gestões anteriores, incluída aí as inúmeras UBSs, praças, não tem como serem materializadas.

Só resta um caminho: cortar na própria carne ou caminhar para um descontrole sem volta das contas públicas, como vem acontecendo no Estado do Rio Grande do Norte e em muitos municípios pelo Brasil. Essas mudanças trarão ônus à gestão sem nenhuma dúvida. Será que o prefeito está disposto a fazer isso agora num ano eleitoral?

É preciso que a gestão tenha coragem de fazer grandes mudanças, principalmente, nas áreas de saúde, educação e desenvolvimento social, as quais tem maior demanda financeira, assim como as que têm maior receita vindo das transferências constitucionais. Tem que começar as mudanças pelo atacado e não no varejo.

Durante o pleito eleitoral de 2016 o discurso era que tínhamos uma terra arrasada e que precisava ser reconstruída. Houve promessa de “reforma administrativa”, revisão de contratos celebrados, enxugamento de despesas e eficiência.

De lá para cá já são quatorze meses de gestão e a terra arrasada continua do mesmo jeito. Apenas as vozes que ecoavam esse discurso se calaram.

Boa parte da militância política e ativistas sociais que estava na Internet condenando problemas da gestão anterior, simplesmente desapareceu ou agora defende o indefensável. Saltou para o outro lado, mas o problema não pode ser escondido indefinidamente debaixo do tapete virtual.

Nos dias de hoje a administração pública é para poucos. Na bonança qualquer um se torna um grande gestor, porém é nos tempos de vacas magras que se conhece um verdadeiro administrador.

A leitura que faço é que essa gestão a frente da prefeitura caminha, a passos largos, para se tornar um grande problema na vida pública do prefeito Alan Silveira. Ainda tem tempo de reverter, mas para isso é preciso que ele tenha coragem de romper com o modelo arcaico de gerir a coisa pública.

Apodi tem potencial econômico, hídrico e pelo seu posicionamento geográfico precisa ser gerida de forma profissional, tendo foco no desenvolvimento sustentável e com vistas à criação de um novo ciclo econômico para garantir a retomada da economia.

Mas pra isso tem que tomar medidas duras e austeras precisam ser implantadas para que o município não se torne insolvente.

Se você leu até aqui - não encare como uma ofensa ao prefeito e a sua equipe, até mesmo porque - assim como eles, também quero o melhor para meu Apodi.

Penso assim!

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