Michel Temer está
trabalhando loucamente para continuar na cadeira. No plano da articulação
política, faz o que pode, como, por exemplo, pegar o avião e ir, nesta sexta,
jantar com Geraldo Alckmin em São Paulo para tentar desmontar a reunião do PSDB
paulista para discutir o desembarque do partido do governo, na segunda-feira.
Mas, se acerta nos movimentos junto aos políticos, o presidente subestima a
comunicação e erra nas palavras – como fica claro mais uma vez na entrevista à Revista Isto É que chegou hoje às
bancas.
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Presidente Michel Temer. |
Mas o presidente acuado não pode subestimar a opinião
pública, coisa que faz a cada entrevista desastrada. Semana passada, foi pego
numa gafe que poderá ter impacto juridico ao dizer à Folha de
S.Paulo que a operação Carne Fraca teria sido tema de sua
conversa no Jaburu com Joesley Batista, dez dias antes de ela acontecer. Agora,
voltou a dizer, na Isto É, que o ex-deputado Rocha Loures – flagrado correndo
com uma mala de dinheiro- “é uma pessoa decente”. E ainda afirmou que duvida
que Loures vá denunciá-lo numa
delação premiada. De quebra, admitiu mudança na direção da
PF. Precisava?
É uma entrevista repleta de recados e avisos aos
navegantes da cena política, possíveis delatores e acusadores. Mas desconsidera
aqueles que assistem diariamente aos noticiários e vídeos de autoridades
correndo com malas de dinheiro. Não é porque já não tinha popularidade que
Michel Temer pode ignorar o distinto e boquiaberto público. Ainda não há
grandes movimentos de rua por sua deposição, e nem pelas diretas, mas sabemos
todos que esses processos, quando começam, adquirem a velocidade dos rastilhos
de pólvora. Pode não estar faltando muito para que o pessoal que assiste ao
show de horrores saia do sofá e vá para a rua.
Por Helena Chagas
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