Há quem diga que
Tiririca (PR-SP) só quis valorizar seu passe e voltará atrás. Há quem argumente
que ele foi eleito dentro das regras – as escritas e as não escritas – que
agora critica. Quem tiver acesso aos recônditos da alma de Tiririca que
escarafunche por lá as suas motivações. Mas, independentemente delas, o
palhaço, no seu primeiro, e talvez único, discurso, falou sério. Especialmente
porque sua peça resume um dos grandes problemas políticos vividos não apenas no
Brasil mas em todo o mundo: a atual crise na representatividade política.
Quando se
candidatou deputado, Tiririca disse na sua campanha que não sabia o que “fazia
um deputado”. Pedia o voto dizendo que, chegando lá, contaria para todo mundo.
A piadinha tinha um triste fundo de verdade. A maioria das pessoas não sabe
mesmo o que fazem seus representantes no Legislativo. E, quando sabem,
geralmente se frustram muito porque, cada dia mais, o que fazem vereadores,
deputados e senadores fica muito longe da sua expectativa.
O admirável mundo
novo da internet e das redes sociais acelerou imensamente o tempo no qual as
pessoas esperam pela resposta às suas demandas e seus anseios. Na verdade,
praticamente tornou instantânea a ânsia por essas respostas. E os Congressos
têm ritos que nada têm a ver com essa velocidade. Eis aí o primeiro problema.
O segundo e maior
problema é a total falta de sintonia entre a pauta de interesses particulares
da elite política brasileira e a que espera a sociedade. É aquela famosa
frase do deputado Sergio Moraes (PTB-RS) que, em determinado momento, disse:
“Estou me lixando para a opinião pública”.
Tiririca chegou
ao Congresso por um caminho totalmente inserido na pauta dos interesses
particulares da elite política, e não das aspirações da sociedade. Era o velho
truque da celebridade que entra na disputa para puxar votos para os políticos
tradicionais. No voto proporcional, o candidato atinge o coeficiente eleitoral
e os votos a mais que conseguir vão para os demais candidatos do partido ou da
coligação. Assim, Tiririca ajudou a eleger, por exemplo, o deputado Valdemar
Costa Neto (PR-SP), condenado no julgamento do mensalão.
Eleito, Tiririca
até que se esforçou para fazer bem seu trabalho como deputado. Tem sido o
parlamentar mais assíduo da Câmara, sem nenhuma falta. Orientou suas propostas
para atender à população circense, sua origem. Propôs, por exemplo, um projeto
que garante vaga na escola pública às crianças de circo na cidade em que a
trupe estiver se exibindo.
Mas Tiririca
descobriu que deputados fazem outras coisas. Primeiro: muitas vezes não
conseguem garantir que suas propostas entrem em pauta, muito menos que sejam
aprovadas. E ficam forçados a seguir uma rotina que inclui fisiologismo,
compadrios e corrupção. Se não dele, Tiririca, exatamente, mas dos seus colegas
de bancada e de plenário.
Tiririca
provavelmente não é um santo. Talvez nem seja mesmo alguém bem intencionado.
Mas, como se disse lá em cima, quem tiver acesso à sua alma que busque lá as
suas motivações. É, porém, alguém que não sabia o que fazia um deputado. E que,
ao descobrir, sentiu-se frustrado por não ser exatamente o que desejava fazer.
E que, provavelmente, não é também o que anseia a sociedade. E essa distância
vai parecendo cada vez maior. É, Tiririca: pior do que está, fica…
Rudolfo Lago – Blog Os Divergentes
Um comentário:
qUE MORA TEM O TIRIRICA QUE FOI AO HOTEM QUE LULA ESTAVA COMPRANDO DEPUTADOS ANTES DO IMPEACHMENT DA DILMA, INCLUSIVE ELE DISSE AO ROBERTO CABRINNI QUE OFERECERAM MUITO DINHEIRO PRA ELE VOTAR CONTRA O IMPEACHMENT DA DILMA, DEPOIS DE CRITICAR A CORRUPÇAO COLEGAS DISSE QUE VAI APOIAR E VOTAR NO LULA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.
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