O que há de
semelhante entre Aécio Neves, Gleisi Hoffmann e Romero Jucá, além do fato de
todos serem senadores? Certo, os três são presidentes de partidos: PSDB, PT
& PMDB. Mas há uma terceira convergência.
As três
agremiações que presidem são responsáveis por quase todos os avanços no País
desde a redemocratização. E também por quase todas as mazelas que afligem nossa
vida social, nossa economia e nossas finanças.
Parêntesis. Sim,
muita coisa boa foi produzida nesse período e quase tudo partiu do Parlamento,
não do Judiciário. ECA, Lei Maria da Penha, LRF, lei de acesso à informação,
privatizações, bolsa-família etc., etc. Inclusive a lei da delação premiada,
flagelo de políticos malfeitores.
Enquanto isto, o
Judiciário mantém por liminar o auxílio-moradia para juízes e procuradores que,
na maioria, recebem acima do teto constitucional (R$ 33,7 mil) e já têm
moradia. São R$ 4,3 mil mensais, livres de imposto de renda. Fecha parêntesis.
Ocorre que a
política não é linear. Assim, as mesmas siglas que patrocinaram avanços na
legislação, elegeram uma tríade suspeita de corrupção.
Tripla semelhança
Quer dizer, os
maiores e mais importantes partidos do Brasil escolheram gente suspeita de
malfeitos para presidi-los. Justamente quando há uma ampla cobrança popular
para punir corruptos graúdos.
Três senadores.
Três presidentes partidários. Três suspeitos de corrupção.
Falta de opção,
leitor? Vamos lá.
O PT conta com
Olívio Dutra e Patrus Ananias. O PMDB, com Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon. O
PSDB, com Fernando Henrique Cardoso.
A tripla e
suspeita presidência partidária é mostra angustiante do hodierno quadro
partidário. Para não despencar no desalento, mau conselheiro, o remédio é ficar
de olho em 2018.
Uma forma de
desinfetar os partidos é remover todos os malfeitores dos parlamentos Brasil
adentro, e colocar gente honesta no lugar. E essa tarefa é exclusiva do
eleitor, coparticipante indissociável da democracia.
Quase nenhum parlamentar
(suplente de senador não tem voto) chegou a Brasília a pé. A sociedade votante
tem o direito de remover os maus políticos. Ou reconduzir os suspeitos de
sempre.
Por Itamar Garcez – Blog Os
Divergentes
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