quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Sem salário em dia, quem trabalha satisfeito?

Por Erick O Caçador

Há mais de um ano com os salários atrasados e parcelados, algumas categorias do serviço público do RN não tem a quem recorrer, pois o Judiciário, que recebe bem e em dia, entende que não cabe qualquer sanção ao Estado ou a seus gestores por tal motivo. O servidor é punido duas vezes: primeiro, pelo salário que não vem na data correta; depois, pelos juros nas faturas de suas contas. A quem se pode recorrer, em tal situação?

Na realidade da economia, o atraso em pagamentos tem uma punição consequente na forma do acréscimo de juros. Mas isso não vale para o Estado, que diz: "não tenho dinheiro para pagar" - e gasta milhões com publicidade, flores, mordomias para a cúpula, etc, etc, etc, sem quaisquer questionamentos. Já o Servidor Público não pode tratar seus credores da mesma forma... E certamente não contará com a mesma compreensão do Judiciário, em caso de cobrança judicial, por exemplo, de uma dívida de cartão de crédito.

Uma mensagem anônima que circula nas redes sociais diz o seguinte, em certo trecho:

"Em 1992 ouvi de um psiquiatra que o homem quando sai para trabalhar e deixa comida no armário e na geladeira raciocina de um jeito.

Porém, o homem que sai de casa para trabalhar e deixa armário e geladeira vazios, raciocina de outro jeito, e isso pode influenciar de forma negativa no seu desempenho profissional -  isso repercutirá na Sociedade."

Seria afetar uma inocência descabida dizer que tal situação salarial é simplesmente desumana, inadmissível, contrária à legislação?

Com sucessivas arrecadações recordes de recolhimento de impostos, o Governo do Estado do RN tem condições de cumprir suas obrigações salariais com os Servidores, segundo os Auditores Fiscais tem comunicado em notas oficiais da representação de sua categoria.

Afinal, se não temos educação pública que preste, se vários hospitais estaduais estão sendo abandonados, se as polícias estão sucateadas - para onde está indo o dinheiro dos nossos impostos?

Por que o pagamento da chamada "dívida pública" com banqueiros tem prioridade em cima da prestação de serviços à população e do pagamento correto dos Servidores Públicos?

A quem serve esse Estado que carregamos nas costas?

Erick Guerra, O Caçador

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