O Globo
A Polícia Federal prendeu, na manhã de hoje, o sócio do
holding J&F Wesley Batista, presidente executivo do grupo. Os agentes
também cumprem novo mandado de prisão contra Joesley Batista, já preso em
Brasília. A prisão de Wesley é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Ele chegou à Superintendência da PF, na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, às
7h55.
A operação de junho começou a apurar dois eventos: a
venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, por sua controladora, a
empresa FB Participações em abril, em período concomitante ao programa de
recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017, e a compra de
contratos futuros de dólar na bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de
balcão, entre o fim de abril e meados de maio do mesmo ano.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que essas operações
ocorreram com o uso de informações privilegiadas e geraram vantagens indevidas
no mercado de capitais em um contexto em quase todos os investidores tiveram
prejuízos financeiros, "manipulando o mercado e fazendo com que seus
acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de
outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado,
teria sofrido sozinha", informou a PF.
O segundo fato investigado é a intensa compra de
contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da
JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa. A operação gerou
ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.
A 1ª fase da Operação Tendão de Aquiles foi deflagrada em
9 de junho, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro
mandados de condução coercitiva contra executivos da companhia. Desde então,
policiais federais analisaram documentos, ouviram depoimentos e realizaram
perícias, revelando "elementos de prova que indicam o cometimento de
crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas",
informou a PF.
Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime
previsto no artigo 27-D da Lei 6.385/76, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e
multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini classificou como
injusta, absurda e lamentável a prisão de Wesley Batista. "É injusta,
absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à
disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos
requeridos. O estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma
vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça", disse, em nota.
Acompanhe
o Blog ApoDiário pelo Twitter clicando AQUI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário