Alguns podem não
entender ainda, mas estão a cada dia mais claras as razões pelas quais o
ex-presidente Lula, mesmo sob o bombardeio da Lava Jato, e às vésperas de ser
condenado, continua à frente nas pesquisas presidenciais de 2018. É a pobreza,
estúpido! A manchete do jornal O Globo deste domingo é símbolo da enxurrada de
dados negativos que comprovam o enorme retrocesso social dos últimos tempos:
crise pode levar Brasil de volta ao mapa da fome, uma estatística da ONU, da
qual havia saído há três anos.
Os personagens
dessas estatísticas, na maioria parte do contingente de 14 milhões de
desempregados, provavelmente não estão preocupados em verificar se a crise a
qual se refere o jornal tem o nome Michel Temer ou Dilma Rousseff. Poderá mesmo
vir a se chamar Rodrigo Maia.
Mas esse pessoal
se lembra que, não muito tempo atrás, fazia parte da fatia de pelo menos 20
milhões de viventes que deixaram a linha da pobreza. Alguns conquistaram a casa
própria no Minha Casa Minha Vida, compraram todos os eletrodomésticos que
puderam no Minha Casa Melhor, viram seus filhos chegar à faculdade graças ao
Fies ou ao Prouni, viajaram de avião… Chegaram, enfim, a fazer parte da chamada
nova classe média.
Cadê ela, a nova
classe média? Tomou doril. Mudou o governo, veio o ajuste fiscal, os programas
sociais foram desidratados. Apesar de manter o discurso em torno do Bolsa
Família, que atinge 25% da população, na prática o governo Temer excluiu
beneficiários – num momento de crise em que a lógica indicaria exatamente o
contrário – desacelerou o aumento no volume de recursos e, recentemente,
suspendeu o reajuste previsto. Encolheram também outros programas, como o BPC,
o Farmácia Popular, o PPA, de compra de alimentos da agricultura familiar para
distribuição à população de baixa renda.
Todo mundo sabe
que nunca nos livramos da pobreza no Brasil. Mas é inegável que ela foi
enormemente reduzida nos anos petistas, e a fome praticamente erradicada. O
retrocesso social, agora, tem peso muito maior. É sempre muito pior tirar de
quem já teve acesso a algum tipo de melhoria de vida do que manter o estágio anterior
de iniquidade em que tantos brasileiros nascem, vivem e morrem.
São essas
pessoas, incluindo a ex-nova classe média, que votam no Lula. Seriam, segundo
os especialistas, aqueles 30% que, em tese, o PT sempre teve – o que não dá
para ganhar a eleição. Teoricamente, o PT precisa daquela fatia da classe média
que, de 2002 a 2014, completou o que faltava para eleger e reeleger Lula e
Dilma.
Esses, da velha
classe média, são justamente os que mais se impressionam e revoltam com a
corrupção, calcanhar de Aquiles de Lula hoje, e não parecem dispostos a voltar
a votar no PT. A ver. Afinal, é também um pessoal sensível ao desemprego que se
alastrou, à falta de perspectiva para seus filhos no ensino superior e na vida profissional,
à violência crescente nas grandes cidades e, agora, à falta de dinheiro para
hospitais (já que muitos não podem mais pagar o plano de saúde), para vaga nas
escolas, para a vigilância da polícia rodoviária e para a emissão de
passaportes.
Helena
Chagas - Blog O Divertentes
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Um comentário:
esta senhora foi ministar de dilma isso jádiz tudo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
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