Sobre a privatização da Caern…
Quem queria vender a Caern?
Em delação que o nome do governador Robinson Faria (PSD)
foi citado, se falou em possibilidade de privatização da Caern.
O assunto ficou na citação, e o que se viu foram
entrevistas sucessivas do governador afirmando que não privatizaria a Caern.
Mas a Odebrecht queria porque queria a Caern, e viu a
porta aberta com a possibilidade do então candidato Henrique Alves (PMDB) ser
eleito.
Tanto que, segundo o processo do Ministério Público
Federal do Rio Grande do Norte, que determinou a prisão de Henrique, 2 milhões
foram pagos ao então candidato já como garantia de que a Caern seria vendida.
Veja trecho do processo que comprova isso:
Por outro lado, ainda em relação à Odebrecht, outros executivos que
celebraram acordo de colaboração premiada no âmbito da “Operação Lava Jato”
revelaram que, entre agosto e outubro de 2014, foram repassados, à campanha de
Henrique Eduardo Lyra Alves a Governador do Rio Grande do Norte R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) em recursos não contabilizados ou não informados em
prestações de contas eleitorais (“caixa dois”). O pagamento dos valores foi
acertado entre o executivo Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Eduardo
Cosentino da Cunha e Henrique Eduardo Lyra Alves em uma reunião na Câmara dos
Deputados em 06/08/2014. Informação da Câmara dos Deputados comprova que
Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis efetivamente esteve na presidência do
órgão legislativo, na época ocupada por Eduardo Cosentino da Cunha, na data em
que ocorreu a negociação. As quantias foram repassadas
em razão do interesse da Odebrecht em investir na privatização da Companhia de
Água e Esgoto do Rio Grande do Norte – CAERN, um dos projetos de Henrique
Eduardo Lyra Alves, que seria implementado caso fosse eleito. Os detalhes da situação
foram tratados entre outro executivo da Odebrecht, Alexandre José Lopes
Barradas, e Jaime Mariz de Faria Júnior, espécie de auxiliar do candidato em
relação ao assunto, o qual ocupava cargo comissionado no Ministério da
Previdência Social. Também se obteve registro da entrada de Alexandre José
Lopes Barradas no prédio do Ministério da previdência Social na época dos
fatos. Por outro lado, constam do sistema de gerenciamento do Departamento de
Operações Estruturadas (propina) da Odebrecht registros do pagamento das
quantias em questão, associados ao codinome “Fanho”, em alusão ao
característico timbre de voz de Henrique Eduardo Lyra Alves. De resto, em datas
próximas às da reunião inicial e da própria efetivação dos pagamentos, foram
identificados contatos telefônicos entre Eduardo Cosentino da Cunha e Fernando
Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Todos os elementos relacionados ao fato foram
encaminhados à Polícia Federal em momento posterior, fora dos autos do
Procedimento Investigatório Criminal n. 1.28.000.001968/2016-92, para juntada
ao inquérito policial cuja instauração foi requisitada.
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