"Não existe 'solução mágica', não existe o 'salvador
da Pátria'"
Jair Messias Bolsonaro
O Deputado e Presidenciável Jair Bolsonaro tem
apresentado pelo país inteiro a palestra “O FUTURO DO BRASIL”, onde discorre
sobre sua visão dos problemas nacionais e as possíveis soluções. Palestrante
sensato e objetivo, carismático, divertido até, Bolsonaro mostra pessoalmente
uma face muito diferente da caricatura distorcida que alguns tentam lhe
impingir e, certamente, bastante diferenciada do discurso tradicional do
político a que estamos acostumados. Mostrando grande evolução no entendimento e
trato das questões polêmicas em que já se envolveu no passado, Jair Bolsonaro
também surpreende ao abordar temáticas que os críticos sugerem ser “lacunas” em
seu pensamento político. Nesse artigo, vamos esboçar o pensamento sobre a
Gestão da Economia Nacional, apresentada nas palestras desse Deputado Federal
que, nas suas próprias palavras, “não é um especialista em economia, mas também
não inveja a competência dos sabichões que estão afundando o Brasil”.
O primeiro ponto que chama atenção na abordagem de
Bolsonaro é a sua visão de que a Gestão Econômica do Brasil deve ser baseada em
genuínos interesses estratégicos nacionais e, não, numa lógica simplista de
mercado. Essa afirmação é a bússola que orienta as suas demais proposições
econômicas que, segundo afirma, ainda estão sendo aprimoradas e desenvolvidas,
porém tem no patriotismo uma firme guia. Segundo ele, não interessa ao povo
brasileiro ser o país um excelente balcão de negócios que enriquece outras
nações, enquanto esse mesmo povo padece de carências enormes e vive com pouca
perspectiva de prosperidade. Participar do comércio e negócios globais é uma
necessidade, mas deve essa condição ser subordinada a uma atuação em que o
Brasil obtenha lucros e vantagens em bons negócios para o coletivo nacional,
nunca para o empobrecimento e exploração de nossa nação, como tem acontecido. O
mesmo vale para o enriquecimento absurdo de certos setores empresariais
nacionais, às custas de financiamentos estatais brasileiros, mas que resultam
em evasão das divisas para outros países (como no caso dos financiamentos
feitos pelo BNDES, nos últimos anos).
Como exemplo, o Deputado cita o descaso com a nossa
riqueza mineral, vendida a preço de banana para o mercado externo, inclusive com
relação a recursos em que detemos praticamente o monopólio da produção mundial,
como é o caso do nióbio (mineral com diversas aplicações na construção civil,
metalurgia e indústria de joalheria, entre outras). Se é o caso de sermos o
principal produtor mundial, diz Bolsonaro, “então nós é que devemos dizer o
preço do produto”!
Lembrando que a Amazônia brasileira é uma fonte fabulosa
de recursos naturais bastante cobiçados pelo mundo inteiro, Jair Bolsonaro
enfatiza que é urgente que os brasileiros procedam com a exploração racional
desse patrimônio, tanto para a prosperidade nacional, como para impedir uma
possível tomada desse rico território por potências estrangeiras mais fortes
militarmente que o Brasil, que podem atuar diretamente (invasão) ou indiretamente
(através da instigação de um separatismo baseado, por exemplo, numa política
indigenista brasileira equivocada). É cuidar, para não perder.
O Agronegócio, segundo Bolsonaro, deve receber especial
atenção, pois é a tradicional fonte de sobrevivência da economia nacional,
sendo importante que pesquisas aprimorem o valor agregado à produção
brasileira, através de aplicações que resultem em melhor qualidade e
produtos diferenciados. Citando o exemplo de Israel, onde há menos chuvas do que
no sertão nordestino, mas que tem um agronegócio exportador para a Europa, o
presidenciável enfatiza que o Brasil possui excelente corpo técnico e acadêmico
na área - profissionais que, infelizmente, tem saído do país para usar sua
ciência em outras terras, por conta da desvalorização que vivenciam em nossa
nação. Segundo ele, está mais que na hora de mudar isso.
Um ponto importante para a visão econômica de Jair
Bolsonaro é QUEM deve explorar os recursos naturais brasileiros de mais difícil
acesso (como é o caso de reservas minerais amazônicas) e COMO deve ser feito
beneficiamento de certos recursos para obter produtos com maior valor de
mercado (como é o caso do grafeno, material revolucionário obtido através do
beneficiamento do grafite, fartamente encontrado no Brasil). O Deputado afirma
que o Brasil não tem mais condição de criar empresas estatais, inclusive sendo
necessário privatizar e até extinguir algumas estatais não-estratégicas. Por
outro lado, as empresas nacionais não dispõe, muitas vezes, de estrutura ou
condições técnicas para prestar um bom serviço em certas áreas. Se não é uma
alternativa deixar ao léu tais recursos, também não aceita como bom negócio
entregar a exploração a estrangeiros, pura e simplesmente. A solução proposta
pelo parlamentar é a realização de parcerias vantajosas com empresas de países
desenvolvidos tecnologicamente, como o Japão é um exemplo, para fazer com que o
nicho econômico seja ocupado de alguma forma, possibilitando aos brasileiros
adquirir ciência e bagagem nas áreas específicas visadas, até que se possa
"andar com as próprias pernas".
Jair Bolsonaro cita com freqüência a China como exemplo
de país que se vale de políticas econômicas de alta estratégia no cenário
mundial, o que explica sua consolidação como potência econômica e militar. A
China tem sólida estrutura industrial e uma política agressiva de escoamento de
seus produtos e população (!), o que resulta numa rede de entrepostos
comerciais fluida e enorme, capilarizada por todo o planeta. Segundo o
Deputado, enquanto os economistas chineses tratam da projeção mundial dos
negócios de seu país, os economistas do Governo Brasileiro "brincam"
de mexer na taxa SELIC... Desnecessário dizer que, no momento, os chineses
estão se dando muito bem em cima do Brasil. É fundamental tratar a indústria
nacional como setor estratégico e, também nesse caso, parcerias vantajosas aos
interesses brasileiros devem ser implementadas.
Relacionado ao tópico da projeção da economia nacional,
também está a da Soberania Nacional, incluindo a Segurança Pública. Bolsonaro
enxerga a questão da Segurança como fundamental para bom andamento de outros
setores. Citando o dado que 10% do PIB mundial vem da atividade turística, o
Deputado lamenta o prejuízo ao turismo brasileiro que o caos da insegurança
pública vem criando. Dentro da problemática da insegurança no Brasil, é claro,
está o abandono das fronteiras nacionais, que tornou o nosso país um inferno de
drogas ilícitas e deu força ao Crime Organizado. Daí que ele entende que só com
o fortalecimento das Forças Armadas e Polícias, junto com um ajuste das Leis
Brasileiras, se pode dar uma prosperidade ao turismo e outras atividades
afetadas pela insegurança. A Ordem como base para o Progresso.
Para finalizar esse esboço das idéias de Jair
Bolsonaro a respeito da Economia Nacional, ou de sua melhor gestão, é preciso
incluir a ênfase que ele dá na melhoria do serviço público. Bolsonaro afirma
que o brasileiro está cansado de pagar altos impostos e não receber o retorno
em serviços devidos pelo Estado. O fato é que o sucateamento do Estado e a
desvalorização dos servidores públicos, são fatores importantes na decadência
do Índice de Desenvolvimento Humano de uma Nação. Nesse sentido, o parlamentar
coloca o combate a corrupção e a otimização da prestação do serviço público
como ações de alta prioridade para a obtenção de um equilíbrio nas demais áreas
da vida pátria, inclusive a área econômica.
Em artigos vindouros, tratarei especificamente das idéias
de Jair Bolsonaro no tocante a Segurança Nacional, Liberdades Civis e Direitos
das Minorias.
Erick Guerra, O Caçador.
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