sábado, 10 de junho de 2017

Gestão econômica nacional, segundo Bolsonaro

"Não existe 'solução mágica', não existe o 'salvador da Pátria'"
Jair Messias Bolsonaro

O Deputado e Presidenciável Jair Bolsonaro tem apresentado pelo país inteiro a palestra “O FUTURO DO BRASIL”, onde discorre sobre sua visão dos problemas nacionais e as possíveis soluções. Palestrante sensato e objetivo, carismático, divertido até, Bolsonaro mostra pessoalmente uma face muito diferente da caricatura distorcida que alguns tentam lhe impingir e, certamente, bastante diferenciada do discurso tradicional do político a que estamos acostumados. Mostrando grande evolução no entendimento e trato das questões polêmicas em que já se envolveu no passado, Jair Bolsonaro também surpreende ao abordar temáticas que os críticos sugerem ser “lacunas” em seu pensamento político. Nesse artigo, vamos esboçar o pensamento sobre a Gestão da Economia Nacional, apresentada nas palestras desse Deputado Federal que, nas suas próprias palavras, “não é um especialista em economia, mas também não inveja a competência dos sabichões que estão afundando o Brasil”.

O primeiro ponto que chama atenção na abordagem de Bolsonaro é a sua visão de que a Gestão Econômica do Brasil deve ser baseada em genuínos interesses estratégicos nacionais e, não, numa lógica simplista de mercado. Essa afirmação é a bússola que orienta as suas demais proposições econômicas que, segundo afirma, ainda estão sendo aprimoradas e desenvolvidas, porém tem no patriotismo uma firme guia. Segundo ele, não interessa ao povo brasileiro ser o país um excelente balcão de negócios que enriquece outras nações, enquanto esse mesmo povo padece de carências enormes e vive com pouca perspectiva de prosperidade. Participar do comércio e negócios globais é uma necessidade, mas deve essa condição ser subordinada a uma atuação em que o Brasil obtenha lucros e vantagens em bons negócios para o coletivo nacional, nunca para o empobrecimento e exploração de nossa nação, como tem acontecido. O mesmo vale para o enriquecimento absurdo de certos setores empresariais nacionais, às custas de financiamentos estatais brasileiros, mas que resultam em evasão das divisas para outros países (como no caso dos financiamentos feitos pelo BNDES, nos últimos anos).

Como exemplo, o Deputado cita o descaso com a nossa riqueza mineral, vendida a preço de banana para o mercado externo, inclusive com relação a recursos em que detemos praticamente o monopólio da produção mundial, como é o caso do nióbio (mineral com diversas aplicações na construção civil, metalurgia e indústria de joalheria, entre outras). Se é o caso de sermos o principal produtor mundial, diz Bolsonaro, “então nós é que devemos dizer o preço do produto”!

Lembrando que a Amazônia brasileira é uma fonte fabulosa de recursos naturais bastante cobiçados pelo mundo inteiro, Jair Bolsonaro enfatiza que é urgente que os brasileiros procedam com a exploração racional desse patrimônio, tanto para a prosperidade nacional, como para impedir uma possível tomada desse rico território por potências estrangeiras mais fortes militarmente que o Brasil, que podem atuar diretamente (invasão) ou indiretamente (através da instigação de um separatismo baseado, por exemplo, numa política indigenista brasileira equivocada). É cuidar, para não perder.

O Agronegócio, segundo Bolsonaro, deve receber especial atenção, pois é a tradicional fonte de sobrevivência da economia nacional, sendo importante que pesquisas aprimorem o valor agregado à produção brasileira, através de aplicações  que resultem em melhor qualidade e produtos diferenciados. Citando o exemplo de Israel, onde há menos chuvas do que no sertão nordestino, mas que tem um agronegócio exportador para a Europa, o presidenciável enfatiza que o Brasil possui excelente corpo técnico e acadêmico na área - profissionais que, infelizmente, tem saído do país para usar sua ciência em outras terras, por conta da desvalorização que vivenciam em nossa nação. Segundo ele, está mais que na hora de mudar isso.

Um ponto importante para a visão econômica de Jair Bolsonaro é QUEM deve explorar os recursos naturais brasileiros de mais difícil acesso (como é o caso de reservas minerais amazônicas) e COMO deve ser feito beneficiamento de certos recursos para obter produtos com maior valor de mercado (como é o caso do grafeno, material revolucionário obtido através do beneficiamento do grafite, fartamente encontrado no Brasil). O Deputado afirma que o Brasil não tem mais condição de criar empresas estatais, inclusive sendo necessário privatizar e até extinguir algumas estatais não-estratégicas. Por outro lado, as empresas nacionais não dispõe, muitas vezes, de estrutura ou condições técnicas para prestar um bom serviço em certas áreas. Se não é uma alternativa deixar ao léu tais recursos, também não aceita como bom negócio entregar a exploração a estrangeiros, pura e simplesmente. A solução proposta pelo parlamentar é a realização de parcerias vantajosas com empresas de países desenvolvidos tecnologicamente, como o Japão é um exemplo, para fazer com que o nicho econômico seja ocupado de alguma forma, possibilitando aos brasileiros adquirir ciência e bagagem nas áreas específicas visadas, até que se possa "andar com as próprias pernas".

Jair Bolsonaro cita com freqüência a China como exemplo de país que se vale de políticas econômicas de alta estratégia no cenário mundial, o que explica sua consolidação como potência econômica e militar. A China tem sólida estrutura industrial e uma política agressiva de escoamento de seus produtos e população (!), o que resulta numa rede de entrepostos comerciais fluida e enorme, capilarizada por todo o planeta. Segundo o Deputado, enquanto os economistas chineses tratam da projeção mundial dos negócios de seu país, os economistas do Governo Brasileiro "brincam" de mexer na taxa SELIC... Desnecessário dizer que, no momento, os chineses estão se dando muito bem em cima do Brasil. É fundamental tratar a indústria nacional como setor estratégico e, também nesse caso, parcerias vantajosas aos interesses brasileiros devem ser implementadas.

Relacionado ao tópico da projeção da economia nacional, também está a da Soberania Nacional, incluindo a Segurança Pública. Bolsonaro enxerga a questão da Segurança como fundamental para bom andamento de outros setores. Citando o dado que 10% do PIB mundial vem da atividade turística, o Deputado lamenta o prejuízo ao turismo brasileiro que o caos da insegurança pública vem criando. Dentro da problemática da insegurança no Brasil, é claro, está o abandono das fronteiras nacionais, que tornou o nosso país um inferno de drogas ilícitas e deu força ao Crime Organizado. Daí que ele entende que só com o fortalecimento das Forças Armadas e Polícias, junto com um ajuste das Leis Brasileiras, se pode dar uma prosperidade ao turismo e outras atividades afetadas pela insegurança. A Ordem como base para o Progresso.

Para finalizar esse esboço das idéias de Jair Bolsonaro a respeito da Economia Nacional, ou de sua melhor gestão, é preciso incluir a ênfase que ele dá na melhoria do serviço público. Bolsonaro afirma que o brasileiro está cansado de pagar altos impostos e não receber o retorno em serviços devidos pelo Estado. O fato é que o sucateamento do Estado e a desvalorização dos servidores públicos, são fatores importantes na decadência do Índice de Desenvolvimento Humano de uma Nação. Nesse sentido, o parlamentar coloca o combate a corrupção e a otimização da prestação do serviço público como ações de alta prioridade para a obtenção de um equilíbrio nas demais áreas da vida pátria, inclusive a área econômica.

Em artigos vindouros, tratarei especificamente das idéias de Jair Bolsonaro no tocante a Segurança Nacional, Liberdades Civis e Direitos das Minorias.

Erick Guerra, O Caçador.

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