Da Folha:
Odebrecht levou dinheiro a escritório de assessor de Temer, diz delator.
Um ex-executivo da empreiteira Odebrecht afirmou em delação premiada
que parte de um valor prometido pela construtora ao PMDB na campanha eleitoral
de 2014 foi entregue em dinheiro vivo no escritório de advocacia de José Yunes,
amigo e assessor do presidente Michel Temer.
A informação foi publicada pelo site BuzzFeed nesta sexta-feira (9). A
informação foi confirmada pela Folha.
O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio
Melo Filho foi o autor da delação à força-tarefa da Operação Lava Jato.
Melo indicou o escritório de Yunes em São Paulo, mas não apontou quem
teria recebido o dinheiro.
O delator disse que o montante fazia parte do valor de R$ 10 milhões
que havia sido prometido pelo herdeiro da empreiteira, Marcelo Odebrecht, ao PMDB,
em 2014.
O repasse resultou de um pedido de apoio financeiro feito por Temer a
Odebrecht em maio daquele ano, quando o peemedebista ainda ocupava a
vice-presidência. A solicitação foi feita em jantar no Palácio do Jaburu
[residência oficial do vice], do qual também teria participado o ministro-chefe
da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB-RS), segundo Melo.
Em agosto passado, a revista “Veja” já havia antecipado as informações
sobre o pedido e o repasse da Odebrecht ao PMDB na delação de executivos da
construtora.
No fim da tarde desta sexta, a revista voltou ao assunto, ao antecipar
em seu site parte do conteúdo de reportagem sobre a colaboração premiada de
Melo.
Segundo a “Veja”, o ex-executivo da Odebrecht delatou que Yunes e
Padilha receberam em dinheiro vivo parte do valor repassado pela construtora.
OUTRO LADO
A assessoria da presidência da República afirmou que não é verdadeira a
versão de que Yunes tenha recebido dinheiro em seu escritório.
“A informação é completamente falsa. José Yunes jamais recebeu recursos
em seu escritório e não arrecadou recursos para campanhas”, segundo a
assessoria.
“O que já foi admitido anteriormente é que o presidente conversou com
Marcelo Odebrecht e solicitou auxílio para campanha. O auxilio foi dado de
forma legal e as contas foram devidamente prestadas ao TSE”, completou.
A assessoria de Padilha não respondeu até a conclusão desta reportagem.
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