Na lista há empresários,
doadores de campanha e até pessoas possivelmente falecidas a quem se pagou R$
88 milhões em benefícios em três anos e meio
O Ministério Público Federal (MPF) vem expedindo
recomendações a todas as prefeituras do Rio Grande do Norte para que realizem
visitas domiciliares a 24.607 beneficiários do programa Bolsa Família,
suspeitos de não cumprir os requisitos econômicos estabelecidos pelo Governo
Federal para recebimento do benefício. Essa ação é fruto do Projeto Raio-X
Bolsa Família, atuação coordenada pelas Câmaras Criminais e de Combate à
Corrupção do MPF de todo o país.
Os suspeitos (confira ao final o detalhamento de cada categoria)
incluem empresários (9.452), servidores públicos de famílias com até quatro
pessoas (15.233), falecidos (167), beneficiários que doaram para as campanhas
valores acima dos próprios benefícios (129) e servidores públicos que doaram
para campanhas eleitorais (179)*. Eles receberam, de 2013 até maio de 2016, um
total de R$ 88,5 milhões em benefícios. No Rio Grande do Norte, esses 24 mil
suspeitos representam 4,68% do total de beneficiários (525.987).
Os municípios potiguares** que apresentaram maior percentual
de perfis suspeitos entre os beneficiários foram Guamaré (13,44%), São Bento do
Norte (12,11%), Francisco Dantas (11,77%), Jandaíra (10,35%) e Taboleiro Grande
(9,21%). Já aqueles com menor percentual de suspeitos são José da Penha
(0,74%), Major Sales (0,96%), João Dias (1,20%), Cerro Corá (1,24%) e
Portalegre (1,41%). Na capital, Natal, há 2.370 suspeitos, representando 2,91%
do total.
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