Ao declarar que está impedido de dar
aumento aos servidores sob pena de improbidade, o governador Robinson Faria
agiu de maneira responsável e corajosa. Ele foi responsável porque expôs as
dificuldades financeiras do Estado, e seus limites como chefe do Executivo. Robinson
foi corajoso porque político não costuma dar notícia ruim para o conjunto da
sociedade, ainda mais para servidor público.
O efeito colateral da declaração dada à
imprensa é que Robinson poderá enfrentar uma série de greves a partir de agora.
O sindicato dos médicos, que anda de olho numa recomposição salarial de 10%, já
admite movimento paredista. Os servidores da administração direta falam em
aumento de 35%. Os da educação, 8,83%. Os trabalhadores da saúde se movimentam
para conquistar outros 27%. Já os policiais civis desejam 10% de aumento nos
vencimentos. Nenhuma destas categorias terá um tostão de aumento este ano,
declarou Robinson Faria.
O motivo todo mundo já sabe: o Estado do
Rio Grande do Norte está acima do limite prudencial há meses, descumprindo a
Lei de Responsabilidade Fiscal. Enquanto estiver nesta situação, o RN não
pode aumentar as despesas com pessoal, exceto em casos de emergência na saúde,
educação e segurança pública. O mar não está para peixe. O país vive um ajuste
na economia, e os efeitos danosos já estão sendo sentidos por Estados e
municípios. Robinson está tirando leite de pedra para pagar a folha em dia,
sacando recursos do fundo previdenciário. Por enquanto, não há certeza de um
calendário de pagamentos. Neste caso, o governador Robinson Faria está de mãos
atadas. O assunto deve ser tratado com responsabilidade por todos, incluindo os
servidores. O Estado do Rio Grande do Norte está quebrado.
Por Diógenes Dantas - NoMinuto
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