O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato a presidente
da República pelo PSB, voltou a insistir com a vice-prefeita de Natal Wilma de
Faria para ela ser candidata ao Governo do Rio Grande do Norte. O desejo de
Campos é buscar um palanque próprio em solo potiguar.
No entanto, a vontade (quase exigência) do líder nacional do PSB, caso
seja atendida por Wilma de Faria, poderá colocá-la em uma situação extremamente
delicada no cenário local. Afinal, a vice-prefeita de Natal seria candidata ao
Executivo em que composição? Isolada apenas com o PSB? Quem a líder local
peessebista conseguiria agregar no palanque?
Eduardo Campos conseguindo nacionalizar a campanha no Rio Grande do
Norte, o cenário sofrerá grandes alterações. E nesse novo posto de Wilma de
Faria candidata por exigência do líder nacional do PSB, a tendência é o PMDB
nacionalizar também, promovendo uma aliança com todos os partidos da base da
presidente Dilma Rousseff.
JOGO ZERADO
Com a nacionalização da campanha no Rio Grande do Norte, Wilma de Faria
seria candidata ao Governo, no outro palanque estaria fechada a aliança também
nacionalizada de Henrique Eduardo Alves (PMDB), Garibaldi Filho (PMDB), Carlos
Eduardo (PDT), Robinson Faria (PSD) e Fátima Bezerra (PT). E nesta nova
fotografia, o candidato ao Governo poderia vir do PMDB (Henrique Eduardo Alves
ou Garibaldi Filho) ou o próprio Robinson Faria do PSD, levando, naturalmente,
Fátima Bezerra a disputar o Senado com o palanque da base integral da
presidente Dilma, como sonha o PT.
Na prática, ao tentar impor a Wilma a candidatura ao Executivo potiguar,
Campos a coloca como “vítima” da estratégia do próprio líder nacional do PSB de
tão apenas focar no seu palanque nacional.
IMPLICAÇÕES NACIONAIS
A nacionalização da campanha, com Wilma de Faria candidata ao Governo,
levando o nome de Eduardo Campos, e o bloco do PSD, PT, PMDB, PR e PDT,
lançando um nome para o Executivo, traria também outra forte implicação: o PT
nacional, que deseja fazer Fátima Bezerra senadora, estaria mais simpático a
ideia e ao projeto do deputado federal Henrique Eduardo Alves ser reeleito
presidente da Câmara dos Deputados.
O fato concreto, neste momento, é que se Wilma de Faria se alçar ao
Governo, como exige Campos, o jogo político para montar o cenário eleitoral no
Rio Grande do Norte sofrerá grande alteração, levando a implicações locais e
nacionais.
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