Os servidores municipais da saúde em Apodi e outros
segmentos ligados à administração direta poderão iniciar a partir de hoje uma
greve por tempo indeterminado. A decisão será tomada em assembleia geral
prevista paras às 9h de hoje na sede da Casa Paroquial e deverá promover a
paralisação de mais de 500 servidores.
A informação foi repassada por Francisco Veríssimo,
servidor municipal da saúde e representante da comissão que vem tentando
negociar com o prefeito Flaviano Monteiro o reajuste de 47,77% para a
categoria. “Infelizmente, nós temos um
prefeito invisível. Ele só aparece quando o assunto interessa a ele; quando é
para se cobrar alguma coisa, ele simplesmente desaparece”, acrescentou.
De acordo com Veríssimo, atualmente o valor repassado
pelo Governo Federal para os agentes de saúde é de R$ 950,00, no entanto em
Apodi, a Prefeitura repassa apenas R$ 709,00, o que vem gerando todo o
descontentamento junto aos servidores. “Além de receber um piso defasado, nós
só estamos conseguindo receber o valor de R$ 709,00, mais alguns adicionais,
porque conseguimos a aprovação de Plano de Cargos, Carreira e Salários. Mesmo
assim, já acumulamos perdas que ultrapassam os 47%, e o prefeito vem oferecer
apenas 5% de reajuste. Isso demonstra falta de interesse em negociar com a
categoria”, esclarece. Ele acredita que, se confirmada a greve durante a
assembleia, mais da metade dos servidores municipais deverão paralisar suas
atividades.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do
Município de Apodi, João Bosco, chegou a afirmar que foram realizadas três
tentativas de negociação com a administração municipal para reajuste de
salários, mas como não houve acordo, existe a possibilidade evidente de greve.
Greve vai
comprometer 50% dos servidores efetivos
A dificuldade do prefeito Flaviano Monteiro em evitar uma
greve que poderá comprometer 50% dos servidores efetivos da Prefeitura de Apodi
tem se mostrado cada vez mais evidente. Os seus auxiliares diretos admitem que
não existe possibilidade de negociação com os servidores municipais dentro dos
percentuais exigidos pelos organizadores do movimento. De acordo com o
secretário de administração do município, Elton John Alves, a proposta de reajuste
de 5% linear a todos os servidores municipais foi o limite máximo que poderia
ser oferecido pelo Executivo municipal. “Os recente reajuste oferecidos aos
professores e outros segmentos nos impede de oferecer um reajuste maior que os
5% que o prefeito Flaviano está se propondo a pagar. Nós reconhecemos que
existem perdas acumuladas nos últimos anos, mas não tem como a atual gestão
atualizar essas perdas, porque vai ultrapassar o limite prudencial”, disse o
secretário.
Segundo ele, os servidores estão reivindicando reajuste
de 47,77%, o que está totalmente descartado. “Dentro da realidade financeira do
município, o prefeito se comprometeu a garantir os 5% e mensalmente sentar com
os representantes dos servidores para analisar a possibilidade de reajuste, mas
eles estão com os ânimos exaltados e não querem entender a dificuldade
financeira vivenciada pela prefeitura. Isso poderá trazer prejuízos a
população”, acrescentou o secretário.