Agricultores/as familiares estão acampados na resistência ao Projeto da Morte Foto: Janaína Henrique |
No dia 13 de agosto de 2013,
por volta das dez horas da manhã, membros de entidades vinculadas à Articulação
Semiárido Brasileiro (ASA) potiguar fizeram uma visita ao acampamento da
chapada do Apodi. Esse acampamento é formado por cerca de 1.200 famílias que
ocupam o território da chapada que possivelmente será ocupado pelo “Projeto da
Morte”, oficialmente denominado de projeto do Perímetro Irrigado do Apodi. Na
Chapada do Apodi, localizada na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e do
Ceará, há uma disputa por dois modelos de agricultura.
Um dos modelos está “enraizado” nas comunidades da região, e tem uma
preocupação com a biodiversidade, a distribuição de renda e a democratização da
água e da terra. O outro, ao contrário, provoca a concentração de terra, de
água e de renda e destrói a natureza.
Esse projeto prevê integrar as terras da Chapada do Apodi e a água da
barragem de Santa Cruz a cinco grandes empresas da fruticultura irrigada, o que
destruiria a constituição econômica dessa cidade a qual é baseada na
agricultura familiar, por meio da produção de mel e da criação de caprinos.
Esse projeto está propondo irrigar cinco mil hectares de terra em sua primeira
fase para produzir cacau – que é totalmente desconhecido na região – uva e
goiaba, com base na utilização, em grande escala, de agrotóxicos e sob o
domínio de cinco grandes empresas. Grandes nomes buscam transformar um
território camponês produtor de alimentos saudáveis em uma zona de exportação,
e, com isso, transformar uma pequena parcela da população local em mão-de-obra
barata, trabalhando sob condições subumanas, características do agronegócio
brasileiro.
No entanto, agricultores, juntamente com o Movimento dos Sem Terra
(MST), e várias organizações da sociedade civil estão se organizando na luta de
resistência contra a tomada da chapada do Apodi. A luta em defesa da Chapada do
Apodi se tornou uma luta nacional de todos aqueles e aquelas que defendem a
dignidade das comunidades camponesas. Essa força é expressa inteiramente pelo
clamor dos agricultores: Lutar, lutar, lutar e resistir. Lutar e resistir pela
Chapada do Apodi!
por Lêda Mayara - comunicadora
popular da ASA
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