sábado, 24 de março de 2012

[espaço do leitor] O avanço da modernidade sobre a feira de Apodi



(*) José Romero Araújo Cardoso

Inegável a especial afeição que nutro pela cidade de Apodi, pois tenho grandes amigos, ex-alunos, bem como atuais. Além do mais, Apodi encanta pelas belezas arquitetônicas que fascinam todo pesquisador.

A primeira providência que tomo quando chego em Apodi, quando dos dias de feira, é ir passear pelos recantos de exposição de produtos à venda, os quais atraem compradores de toda região.

Apodi, como a grande maioria das cidades interioranas do nordeste brasileiro, teve sua colonização efetivada com a pecuária, pois o gado bovino se constituiu no motivo econômico do povoamento da hinterlândia.

Há mais de uma década que resido efetivamente no Estado do Rio Grande do Norte e tenho notado que há nítido avanço da modernidade sobre a feira livre
 de Apodi, antes conhecida pela imensa quantidade de produtos postos à venda fabricados artesanalmente.

Não encontro com muita facilidade selas, arreios, chibatas, chocalhos, enfim, os produtos criados pela mão do homem da região, os quais caracterizam as tradições da pecuária nordestina.

As lamparinas ou candeeiros cedem lugar às lanternas de pilha, as arupembas estão sendo substituídas por peneiras de plástico, os alguidares por panelas de ferro fabricadas longe, bem distantes.

Essa tendência não é seguida apenas em Apodi, pois tenho verificado que na maioria das feiras livres regionais a modernidade vem suprimindo as tradições forjadas em século de labuta no semiárido.

A lógica do capital se impõe sobre a cultura popular como forma de garantir maximização de lucros de empresas que não se importam com o legado de um povo, apenas buscando atender as exigências de uma era que se caracteriza pela transgressão de valores históricos que definem a essência de uma construção social marcada pela luta estóica contra intempéries avassaladoras, a exemplo das provações proporcionadas pelas secas gigantescas que tantos dissabores trouxeram á população forte do semiárido brasileiro.


(*) José Romero
 Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto da UERN. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

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5 comentários:

Anônimo disse...

amigo na realidade não é bem assim, o poder publico tem que tirar aquela feira de verduras e fruta com urgencia daquela local.

Anônimo disse...

janio ja existe um projeto da prefeitura para aquele lugar enclusive Henrique já colocou 300 mil reais para a urbanização daquele lugar, um projeto muito bonito mesmo e se n me angano vai ser feito logo agora em maio.

Anônimo disse...

o promotor de justiça da comarca de apodi já notificando a prefeitura municipal de apodi a tomar uma providência sobre essa feira de frutas e verduras, ou a prefeitura é penalizada.

Anônimo disse...

como é que você pode elogiar um lugar onde as carnes são colocadas em lugares que durante a noite são cheios de gatos e cachorros dormindo em cima;

Anônimo disse...

Apodi estar vivendo em cima e comendo LIXO